Vim aqui para te lembrar que é muito importante a criança ter espaço e tempo para brincar, para se desenvolver, para se conhecer. Quando brincam, as crianças refinam os sentidos, desde que seja em um ambiente saudável. Não adianta deixarmos as crianças brincado com um monte de brinquedos de plástico, em um chão de piso frio ou de EVA, fechadas, com um monte de coisas penduradas na parede (que elas nem podem pegar!). Assim, elas não vão se desenvolver da melhor forma possível porque, para isso, é preciso um leque de informações. Veja a natureza. Ela é riquíssima – tem várias texturas, vários cheiros, vários sabores… Com a natureza dá pra pintar e bordar!
E quando a criança fica muito tempo na frente das telas? Ela não trabalha com a imaginação, com a fantasia, com a criatividade, com a afetividade, com o vínculo, com a socialização. Além disso, passando horas assistindo a um filminho, ela tem contato com um som mecânico, que não é natural e não tem a riqueza de uma voz falada ou de um instrumento tocado ao vivo, por exemplo. Assim, a criança só está ali, parada, não trabalha o seu corpo.
Só que o corpo, por si só, já tem vitalidade, já tem força para crescer e se desenvolver. Só que, ao se desenvolver desta forma, tudo vai ficar desconectado. Eu explico: a criança vai fazer um movimento só que aquele movimento não está ligado com aquilo que ela está pensando, com aquilo que ela quer fazer. Para ela se apropriar desse movimento, verdadeiramente, ela precisa EXPLORAR, ela precisa CONHECER, as coisas precisam fazer SENTIDO para ela. Quando ela não tem essa possibilidade ou quando a gente tira essa oportunidade de espaço e de tempo para a criança poder se descobrir por completo, seu desenvolvimento vai deixar a desejar. Se a criança fica só nas telas, com muitos estímulos apenas da visão e do cognitivo, e o corpo fica parado, adormecido, a criança não vai conseguir controlar, da melhor forma possível, o seu próprio corpo.